Na democracia sabemos que as individualidades que ocupam determinados cargos de gestão pública são eleitas pelo povo. Mas sabemos que os resultados eleitorais nem sempre são expressivos de forma a permitir os eleitos uma governabilidade tranquila e absoluta. Nestes casos surge a cogovernação e coresponsabilidades entres grupos que foram declaradamente adversários durante o período da campanha eleitoral. Este é o senária que serve como pano de fundo dessa curta e sucinta reflecção.
Partindo do princípio que as eleições num estado que se gaba de boa governação e de uma democracia madura, deviam de ser livres, então o melhor seria aceitar os resultas eleitorais como elas são e pondo de lado qualquer possibilidade de coligações com qualquer outra força política, defendendo exclusivamente os interesses da região geográfica para qual foram eleitos, mas sobretudo daqueles eleitorados que confiaram nas suas propostas e lhe deram um voto de confiança. Esse seria um cenário ideal, num país verdadeiramente democrático. Quando falo numa verdadeira democracia não refiro apenas ao estado de direito democrático, mas também a democracia no seio da sociedade. O povo tem que experimentar essa democracia, e isso é muito mais de que votar. É sobretudo expressar livremente as suas escolhas e os seus pensamentos. Mas os governante quer a grande massa com totais liberdade nesse sentido, por isso, somos nos que devemos conquista-las, substituindo o paixonismo por um profundo sentido patriótico, ou seja, temos que dar o corpo as balas para o interesse do bem comum sem medo de represálias.
Os eleitos devem defender sempre em primeiro lugar os interesses do povo e nunca os seus próprios interesses, e quando um grupo detém a maioria absoluta os interesses pessoais são muito bem camuflados. Agora quando não existe o tão desejado maioria absoluta e na procura de uma governação estável tem de sentar-se a mesa para discutir possíveis acordos é que se descobre os verdadeiros interesses de algumas individualidades políticas e muitas vezes elas não coincidem com os desígnios dos eleitorados e do povo em geral. Um grupo quando procura reunir consenso através de um pacto, mesmo que seja pós eleitoral deve ter sempre presente os resultados eleitorais que de alguma forma ditaram um certo equilíbrio. Portando, nenhum acordo pós eleitoral deve desfazer esse equilíbrio. Sou a favor dum acordo que permite alguma estabilidade para a governação, mas repudio vigorosamente qualquer tipo de combinação que arromba aquilo que foi a vontade dos eleitorados. Nenhum partido ou grupo político deve obter a maioria absoluta na mesa de negociação. Isso é antidemocrático, portando, quando isso acontece não devemos regozijar com o tal.
Aproveito para convidar a todos que neste momento estão a ler essa humilde reflexão para fazer uma curta reflexão sobre o estado da nossa democracia. Se ela está de boa saúde então congratularemos com o tal. Caso contrário, então, devemos começar a luta e acreditar que ainda existe políticos com caracter e com seriedade suficiente para arrebatar as rédeas do Município ou do nosso País e continuar o processo de transformação desse arquipélago. A palavra transformação é abrangente, não é penas a nível de infraestruturas, para mi, é muito mais importante uma transformação social. Está na hora de elevar a nossa sociedade á um nível superior, privilegiando o bom censo, a ética e sobretudo a seriedade em detrimento de: fraude, corrupção, manipulação de pessoas ou malícia. Só assim podemos ambicionar grandes voos, só assim podemos sonhar alto e é legítimo que todos os Cabo-Verdianos sonhem com o seu país na ribalta do cosmo, voando a nível dos maiores e mais ricos países desse mundo imperfeito.
Este é apenas uma reflexão, faça a sua tambem!!!
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